O número de pessoas com diabetes segue em crescimento acelerado no Brasil, e o impacto vai muito além do controle da glicose.
De acordo com o Atlas Global do Diabetes 2025, da International Diabetes Federation (IDF), o país ocupa o 6º lugar no ranking mundial, com 16,6 milhões de pessoas vivendo com a doença. Em apenas quatro anos, houve aumento de 5,7% nos casos e 111 mil mortes registradas em 2024 – número 20 vezes maior que os óbitos por dengue no mesmo período. No mundo, 589 milhões de adultos já convivem com o diabetes.
Diante desse cenário, especialistas alertam para um aspecto muitas vezes negligenciado: a saúde bucal. Segundo a dentista Anna Karolina Ximenes, da IGM Odontologia para Família, o excesso de glicose no sangue pode comprometer a imunidade e favorecer inflamações nas gengivas e tecidos de sustentação dos dentes. “Pacientes com diabetes descompensado têm mais risco de desenvolver doenças periodontais, e essas infecções podem dificultar ainda mais o controle da glicemia. É uma via de mão dupla”, explica.
Entre os sinais bucais que merecem atenção estão sangramento gengival, boca seca, mau hálito persistente, aftas recorrentes e feridas que demoram a cicatrizar. Esses sintomas, segundo a dentista, podem até indicar um possível diagnóstico da doença. “O dentista muitas vezes é o primeiro a identificar sinais de diabetes em estágio inicial, o que ajuda o paciente a buscar tratamento médico mais cedo”, destaca.
A especialista reforça que a prevenção e o acompanhamento regular com o dentista são fundamentais para quem tem diabetes. “Manter uma boa higiene bucal, com escovação adequada, uso diário do fio dental e visitas periódicas ao consultório, são essenciais para evitar infecções e contribuir para o controle da glicemia”, orienta Anna Karolina.
Para ela, cuidar da boca é também cuidar da saúde geral. “Quando o paciente entende que a saúde bucal influencia diretamente o controle do diabetes, ele passa a adotar hábitos mais saudáveis e melhora sua qualidade de vida”, conclui.




