Modelo mistura poupança programada e sorteios, mas se ajusta apenas a perfis específicos de consumidores
Créditos: Nanci Santos/iStock
O título de
capitalização é um produto financeiro oferecido por bancos e seguradoras. Ele
funciona como uma espécie de poupança programada: o cliente paga parcelas
mensais ou faz uma aplicação única, que só poderá ser resgatada no fim do prazo
contratado. Durante o período, o consumidor participa de sorteios que podem
oferecer prêmios em dinheiro ou bens.
Apesar de popular,
o título de capitalização não é considerado um investimento tradicional. Ele
não gera rentabilidade significativa, já que parte do valor pago é destinada a
custos administrativos e manutenção dos sorteios.
Benefícios do título de capitalização
Embora a
rentabilidade seja baixa, o título pode atender a necessidades específicas.
Entre os benefícios mais apontados, estão:
● Disciplina
financeira, já que o dinheiro só pode ser resgatado no fim do contrato.
● Participação
em sorteios regulares.
● Segurança
do valor aplicado, já que, ao final, o consumidor resgata pelo menos parte do
que foi investido.
●
Simplicidade na adesão, sem necessidade de conhecimento
aprofundado sobre investimentos.
De acordo com a
Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em 2023, o setor arrecadou mais
de R$ 26 bilhões, o que mostra a força deste produto no mercado.
Para quem faz sentido
O título de
capitalização combina melhor com consumidores que têm dificuldade em guardar
dinheiro e que se sentem motivados pela possibilidade de ganhar prêmios. Como
no título de capitalização o saque só ocorre no final do prazo, ele ajuda a
evitar gastos por impulso.
Este modelo pode
ser útil para quem busca disciplina e prefere comprometer-se com pagamentos
fixos, em vez de lidar com investimentos mais complexos. Por outro lado, para
quem deseja retorno financeiro ou proteção contra a inflação, alternativas como
Tesouro Direto e CDBs costumam ser mais vantajosas.
Alternativas
Especialistas em
finanças pessoais ressaltam que o título de capitalização[1] [2]
deve ser visto mais como uma ferramenta de disciplina e entretenimento do que
como investimento. Para consumidores que priorizam sorteios e desejam formar
uma reserva de maneira simples, ele pode ser uma escolha adequada.
Já para objetivos
como aposentadoria, proteção do poder de compra ou crescimento patrimonial, há
produtos financeiros mais alinhados. Avaliar o perfil pessoal e as metas
financeiras é o passo essencial antes de aderir.
Este fator torna o produto pouco indicado para quem precisa de uma reserva de emergência ou deseja flexibilidade no uso dos recursos. Dessa forma, seu uso deve estar restrito a metas de curto ou médio prazo, sempre associado ao perfil de consumidor que valoriza a disciplina e os sorteios oferecidos