| Fonte: Izabelly Mendes. |
Superar um ex pode parecer simples na teoria: cortar o contato, focar em si mesmo, conhecer novas pessoas, retomar a rotina. Mas, na prática, o coração nem sempre acompanha os passos da mente. Há quem diga que o tempo cura tudo. Outros preferem se jogar em distrações, compromissos, novas paixões e redes sociais como forma de preencher o vazio que ficou. Mas será que isso é superação ou apenas uma maneira inconsciente de fugir do luto emocional?
É comum confundir distração com superação, principalmente quando há uma pressão para "virar a página" e mostrar que está tudo bem. No entanto, a verdadeira cura relatada acontece quando ainda se está tentando provar algo – para si mesmo ou para os outros. E se você estiver apenas ocupado demais para perceber que ainda sente falta do que teve? E se, no fundo, o silêncio do seu ex ainda ecoa dentro de você, mesmo que abafado por conversas vazias e notificações constantes?
Distração não é cura
É fácil se perder em novas rotinas, novos amigos, novos amores. Mudar o foco pode até ajudar momentaneamente, mas se você precisa estar ocupado constantemente para não pensar em alguém, talvez isso seja apenas uma forma de evitar o enfrentamento do real. Distração é temporária; superação é transformação. Enquanto uma nos mantém em movimento, uma outra nos permite evoluir.
Evitar sentimentos, sufocar memórias e negar a dor são estratégias de curto prazo que podem prolongar o sofrimento. Porque o que não é sentido, não é curado. E o que não é curado, se repete. Ou seja, quando não há um encerramento emocional, corre-se o risco de levar velhas feridas para novos relacionamentos.
Como saber se você realmente é superou?
Alguns sinais indicam que a superação é real:
Você pensa no seu ex sem dor ou saudade . As lembranças não geram mais mágoa, lamentação ou desejo de voltar.
Você não acompanha mais a vida dele(a) pelas redes sociais, ou se acompanha, isso não te afeta.
Você se sente completo(a) sozinho(a) . A presença do outro deixou de ser uma necessidade emocional.
Você não compara suas novas conexões com o antigo relacionamento .
Você aprendeu com a relação , mas não vive preso(a) ao passado.
Por outro lado, se você ainda sente um nó no estômago ao ver uma foto, se revisita conversas antigas ou idealiza o que poderia ter sido, talvez ainda esteja no processo de cura – e tudo bem. Leva o tempo. E não precisa ser instantâneo, como as redes sociais fazem parecer.
As armadilhas da falsa superação
Muitas pessoas se apressam em emendar relacionamentos ou criar uma rotina ocupada para mostrar que estão bem. Criem uma narrativa de força e independência, quando, na verdade, ainda estão emocionais ligadas ao que passou. Essa falsa superação pode vir disfarçada de liberdade, mas é, muitas vezes, uma fuga de si mesmo.
Além disso, há quem use a raiva ou o desprezo como mulatas emocionais. Falar mal do ex o tempo todo, alimentar mágoas ou querer provar superioridade são formas de manter o vínculo, mesmo que negativo. Quem realmente superou, não precisa de guerra. A indiferença é mais poderosa do que qualquer revanche emocional.
E se for só uma fase?
É importante entender que o processo de superar um ex não é linear. Haverá dias bons e dias difíceis. Às vezes, você terá certeza de que virou a página, até que uma música, uma lembrança ou um lugar te traga de volta a história. E isso não significa que você não esteja evoluindo. Significa apenas que seu coração ainda está encontrando o ritmo.
O mais importante é permitir que você sinta. Ao invés de se distrair, encare seus sentimentos de frente. Chore o que você tem que chorar, questione o que precisa questionar. Só assim você poderá, um dia, olhar para trás com gratidão pelo que viveu – sem se prender ao que acabou. ilha do prazer
Conclusão
Superar um ex é mais do que parar de sentir saudade: é aprender a viver bem sem aquela pessoa. É resgatar sua identidade, seus sonhos, seus próprios desejos, sem precisar olhar para trás. Se você está sempre tentando ocupar o tempo e a mente para não pensar no passado, talvez ainda não tenha superado – apenas se distraiu.
E tudo bem. O importante é ter consciência disso e começar, de verdade, a construir um novo caminho. Porque a distração passou. Mas a cura – quando chega – transforma.
