O Brasil já conta com um novo aliado na prevenção de infecções respiratórias graves em bebês: o nirsevimabe, um anticorpo monoclonal desenvolvido contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Essa é uma das principais causas de bronquiolite e infecções do trato respiratório inferior em crianças pequenas, que podem levar a hospitalizações e até complicações fatais. A novidade representa um avanço significativo na pediatria, uma vez que a proteção ocorre com uma única dose e está recomendada para bebês de até um ano de vida, com ou sem comorbidades, — ao contrário do palivizumabe, já disponível na rede pública, mas restrito a bebês de alto risco.
A infectologista pediátrica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Sylvia Freire, explica que os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório e podem ser utilizados para diversos fins na área da saúde, tendo seu uso aplicado também no campo da imunização. No caso do nirsevimabe, ele ajuda a neutralizar o VSR e impedir sua replicação. “Diferente das vacinas, que estimulam ativamente o sistema imunológico a produzir anticorpos que combatem os agentes infecciosos, o nirsevimabe garante proteção de forma quase imediata pois traz os anticorpos “prontos”. É uma estratégia de imunização passiva.”, destaca a médica.
De acordo com estudo clínico citado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24371d-PosicionConjto_-Imuniz_passiva_Nirsevimabe_prevencao_doenca_pelo_VSR_em_Crc__1_.pdf, o nirsevimabe reduziu em 83% as hospitalizações por VSR em bebês nascidos a termo no grupo estudado. Um dos principais diferenciais do imunizante é a ação prolongada, se comparada ao palivizumabe, com uma única dose aplicada no início da sazonalidade do vírus, cobrindo todo o período crítico de circulação. “A proteção oferecida pelo nirsevimabe é temporária, mas suficiente para atravessar a temporada de circulação do Vírus Sincicial Respiratório, quando administrado oportunamente”, explica a infectologista pediátrica Sylvia Freire, do Sabin.
A indicação principal é para recém-nascidos e bebês de até 12 meses entrando ou vivendo a sua primeira temporada do VSR. No entanto, em casos específicos, como crianças com condições de risco, incluindo cardiopatias graves ou displasia broncopulmonar decorrente da prematuridade, o anticorpo pode ser administrado também no segundo ano de vida.
Embora circule com maior intensidade no período de sazonalidade, a especialista lembra que surtos em outros períodos do ano podem ocorrer. A maior concentração de casos costuma ocorrer entre março e julho nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Já na região sul o pico de circulação do vírus ocorre nos meses de abril a agosto, enquanto no Norte ele circula no primeiro semestre, mas isso não significa que fora desses períodos os bebês estejam completamente livres de risco.
Segundo a especialista, a disponibilização dessa tecnologia pode representar uma redução significativa nas taxas de hospitalização infantil e aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde durante os períodos de maior circulação do VSR. “Estudos indicam que o efeito dura cerca de cinco meses — tempo suficiente para manter o bebê protegido durante o período de maior circulação do vírus”, completa.
O VSR é altamente contagioso e é uma das principais causas de infecção respiratória em crianças menores de dois anos. Dados da SBIm apontam que cerca de 50% das crianças são infectadas no primeiro ano de vida, e quase todas já tiveram contato com o vírus até os dois anos. Entre as hospitalizações, a maioria ocorre em bebês saudáveis, nascidos a termo. “A proteção ampliada contra a doença grave por VSR em todos os bebês, portadores de comorbidades ou não, é um passo muito importante para a redução de internações e complicações em larga escala”, enfatiza a infectologista.
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